Sobre algumas coisas de web...
(não sou
perito..perdão para as faltas do caminho)
Ontem (19/03), assistindo um dos excelentes programas da TV Cultura, me deparei com um sábio senhor chamado
Sérgio Amadeu dizendo sobre o problema da exclusão digital hoje no Brasil.
Claro, eu não vou nem quero questionar isso; não seria ridícula a tal ponto.....
Entre tantas outras coisas que já não me lembro, ele disse sobre a estrutura educacional que é velha de mais, que não consegue fazer o aprendiz evoluir; daí tantas salas e laboratórios de informáticas trancados e sem uso.
De fato; a estrutura é velha. Mas o pensamento também é.
Como uma licenciando em história e profissional de web vivo bem o dilema, agravado ainda pela localização geográfica que me encontro: fora dos grandes centros e dos grandes acontecimentos.
Vejo como, na prática
, um professor é inapto diante de qualquer que seja a tecnologia para o além do giz e lousa.
Vejo também que eles, estas professoras e professores que se graduam comigo se sentem incapazes de conhecer (nem precisava dominar mesmo) essa fabulosa máquina.
Também tive medo de computadores, até entender que eles são feitos SIM para que eu evolua e conheça mais.
Também o homem primitivo teve medo do fogo. Já pensou se ele tivesse desistido ou mesmo tivesse deixado o medo tomar conta de si? Será que teríamos chegado a lua?
Talvez a resposta parece óbvia...
O que me preocupa porém é outro fato: o do pensamento. Longe de ser uma defensora da teoria das mentalidades, mas é a condição mental destes que ensinam e dos que aprendem que me inquieta. Afinal, ser professor ficou no tempo. Hoje quem ensina informática é monitor, instrutor... o personagem professor se resumiu na figura
cómica do passado; nas velhas salas com os
escassos materiais de que dispunha; como se por exigencia da profissão, ele tivesse que permanecer com seu jaleco e seu giz, enferrujado e enferrujando.
Ser professor está em desuso, poderia se dizer se isso fosse sobre uma peça de roupa.
O pensar está velho.
A estrutura está velha.
Os jovens estão velhos.
As pessoas, de maneira geral mas sem ser generalista, estão velhas. Buscando no saudosismo, o conforto para aquilo que não temos.
Mas, para não ser utópica demasiadamente, precisamos lembrar: como falar em inclusão digital para pessoas que não tem água encanada? para aquelas que não tem vasos sanitários em suas casas? para aquelas crianças que não tem nem os dentes na boca? é difícil..... e também do outro lado: como falar para essas crianças que têm água encanada, vaso sanitário, dentes perfeitos que, se elas não buscarem desesperadamente o conhecimento rápido e atual que a tecnologia traz, o futuro daquelas outras crianças nunca vai mudar?
Não quero também parecer saudosista, porém a postura a ser tomada fica cada vez mais difícil.
Nunca impossível, porém sempre difícil.
A dúvida que resta é a quem incluir digitalmente: os que passam fome na grande favela do país ou os que se concentram nas populosas metrópolis?
PS: vestir um santo para despir o outro não é um bom caminho...