quinta-feira, 28 de abril de 2011

O brechó

Tem gente que sabe, tem quem não saiba ainda mas vai saber agora: minha fama de amar brechó é antiga.
Nossa! chega a ser anterior a própria vida. E isso aconteceu bem assim: um dia acordei e declarei meu amor eterno, horas e glória ao mundo dos brechós/segunda mão/ganhado da tia, primas, amigas, alguem que passou na rua e deixou lá.

Eu já havia pensado em falar sobre isso faz tempo. Acontece que (e isso é muito absurdo) tem gente com preconceito a brechó. E não é assim: "ah! eu não curto e pronto". É algo como: "eu não curto, não sei o que é e te condeno por isso". E eu que sou boba só por fora não queria dar pinta de salvadora da pátria do terceiro mundo defendendo o consumo diferente.

Porque nem é exatamente isso - o consumo mais consciente ou reciclado ou qualquer outro adjetivo que caia bem - que eu defendo em si. Eu gosto de brechó porque gosto mesmo. Antes de todas essas coisas acontecerem no mundo eu já gostava de brechó. Antes mesmo de eu saber como soletra reciclável. Quem me conhece desde sempre (cunhada, mãe, amigas antigas) vão confirmar isso.

E tá, o que tem então no brechó que eu gosto? Das muitas respostas que eu poderia dar, a mais honesta seria: as coisas dentro de um brechó nunca são somente coisas. São pedaços da vida, da história, dos amores e dores de alguém. E cara!, como eu acho isso legal!

A roupa é barata? Sim! Tem coisas diferentes? Tem! Tem só roupa boa e bem conservada? Não! Tem só coisa legal e estilosa que te transforma na maior referência entre as amigas? Ai depende, né?, porque não é tudo que se encontra no brechó que é legal pra você. Tem coisa muito legal, mas nem todas são pra você e ai mora o segredo do sucesso em um brechó: achar as coisas que são pra você. Porque pensa, o mundo tá ai desde muito antes de você e toda sua família existir e certamente já teve alguém com uma filosofia/estilo/experiência/gosto de vida (oi?!) parecido com a sua. Vai que todas as coisas dela estão no brechó agora?! Sua chance!!

Aqui em Birigui tem alguns brechós no centro e muitas portinhas lokas! escondidas nos bairros. Eu conheço vários, até de outras cidades que visito. E sempre que surge uma oportunidade de ir em um brechó, bazar de igreja ou similares eu vou. É tão legal ver que existem peças, acessórios, sapatos que são exatamente como você sonhou um dia e nem sabia! Fora que a imaginação multiplica de tamanho em lugares assim: é tudo tão diferende dos padrões que fica quase impossível não se levar.

Mas claro, tem brechós que são bagunça e poeira, com algumas lojas de roupas "novas" e isso ninguém pode negar. Então essa alegação de que não vai no brechó por esse motivo já não cola mais. Exemplo maior são os brechós lindos e de sonhos que vemos cada vez mais por ai, como A minha avó tinha, o Camarim, o B.luxo e afins.

E outra coisa que os brechós rendem pra mim são as risadas maravilhosas que rola com as amigas e aventureiras de brechó. A Mari Mari, a Monica, minha mãe, até a cunhada entrou na dança comigo no brechó! E olha que nossa aventura rende até hoje!!

Eu tenho os brechós em um lugar especial do meu coração! Porque é tão legal saber que aquilo que parece uma bobagem - camisa, calça, sapato, bolsa - teve vida já, recebeu carinho de alguém antes de você, viveu antes de você e agora - com você! - vai começar tudo de novo: carinho, cuidado, experiências....

nayarac.

PS: esse post só foi escrito pelo leeendo It MTV de ontem no brechó A minha avó tinha! (aqui)

domingo, 24 de abril de 2011

Treinando a maturidade intelectual

Alguns dias atrás houve um significativo tremor nas discussões sobre a política brasileira. Tudo bem se você não ficou sabendo, porque obviamente discutir alguma coisa sem fazer críticas ou as fazendo de maneira sensata não aparece no JN.
E diante da minha nova empreitada - a de exercitar a intelectualidade - me pertido registrar que por mais que sejam necessários os debates é mais ainda que esses sejam feitos por pessoas despidas de suas ferraduras enferrujadas.
Porque, qual o sentido de debater algo se você está lá para defender com unhas, dentes e cargos políticos seu ponto de vista? Vejam bem, não é deixar de ter opinião. É simplesmente saber que sua opinião não é a verdade dos fatos, não é o ponto de partida do assunto, não é a coisa mais linda da face da terra.
Até eu, com a imensidão da minha ignorância soube perceber isso, como é que os intelectuais brasileiros não?
#ficaapergunta.

Para saber sobre o que não saiu nas manchetes do Tv Fama, clica aqui: O papel da oposição, por Fernando Henrique Cardoso, em Vi o Mundo.

nayarac.


terça-feira, 12 de abril de 2011

o Inexplicável

Acredito que outras pessoas além de mim sentem uma falta danada de certas coisas.
No meu caso, coisas que não sei, que não conheço, que nunca estiveram comigo.

A única coisa que eu sei mesmo é que toda essa falta dá uma dor, uma angústia, uma vontade de não acordar mais que nossa!, sei lá como eu estou aqui escrevendo isso.

Não é só um mal querer próprio sem motivo. É um vazio dolosoro, uma chatiação da existência que, cada vez mais, aperta e sufoca.

Como faz pra escolher não ter mais isso?

nayarac.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Paralelas

Muitas coisas ocorrem sem que eu saiba.
Muita gente sorri, chora, canta, se lamenta enquanto eu fico em outra dimensão.
Acontece que as vezes eu também faço parte dessas pessoas invisíveis. Todo mundo fica invisível as vezes.
E pensando sobre isso nessa pseudo solidão me deu a impressão de que nem sempre ficar fora dos holofote é ruim. Claro, é ruim as vezes, mas ficar só você com você mesmo e todas suas inconveniências sociais pode ajudar em algo.
A se ver, por exemplo.
A ver mais alguém além de você.
Ajuda também a pensar que as coisas não andam tão bem assim quanto você imaginava com toda aquela luminosidade te cegando.
E essa foi outra coisa que eu percebi. No final, acho que seu saldo comigo está mais no vermelho do que eu imaginava.

lamentavelmente, nayarac.