sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

O peso

Se os números representam a soma da minha carne e meus ossos, o que poderia representar o espaço ocupado pela minha culpa?
Porque ela existe, forte e latente dentro de mim. Tanto é assim que eu nem me lembro do tempo em que vivi sem ela.
Talvez isso também me de certa culpa: não ser capaz de lembrar de um tempo melhor, mais calmo e confortável da minha vida. Eu me culpo por esquecer.
Como também me culpo em igual intesidade se me atraso 10 minutos. E também quando coloco o relógio para despertar 5 minutos antes do que devo acordar só para dormir mais 5 minutos e ainda acordar na hora certa.
Eu acordo culpada todos os dias então. Porque por mais culpa que eu sinto, eu coloco o relógio marcando sempre o mesmo horário.
Sinto culpa por não estar perto e por não estar longe. Por amar demais, por demonstrar isso menos do que eu gostaria.
Aliás, eu sinto culpa por nunca achar o ponto certo para demonstrar as coisas: sempre eu podia ter feito mais. Eu me culpo por não exergar o suficiente.

Eu sinto culpa qndo me divirto sem ele, como hoje. Mesmo sabendo que ele não estaria comigo se fosse o caso.

Eu sinto culpa por pensar isso. Sinto culpa por querer ver um filme que passa de madrugada. Por comprar esmaltes. Por "esquecer" de presentear alguém. Sinto culpa por comprar, por não comprar, por querer comprar, por desejar alguma coisa.

Sinto culpa porque gosto de estudar mas não tenho muito tempo. Sinto culpa por dizer que não tenho tempo, porque afinal, onde já se viu?!?! eu precisaria fazer meu próprio tempo.

Sinto culpa por não saber fazer isso.
Sinto culpa até das coisas que eu sei - razoavelmente - fazer.

Eu sinto tanta culpa que estou quase saindo do meu corpo pra culpa que existe em mim poder ocupa-lo devidamente.

nayarac.

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