terça-feira, 11 de março de 2008

Canção pra declarar minha saudade.

Faz tempo que não escrevo. Isso me faz falta.
O tempo não colabora muito, mas confesso que não me esforço muito.
"Fácil seria aceitar essa vaga idéia de paraíso....como borboletas, que só vivem 24 horas. - Cazuza"
é sempre bom voltar.
Como em um samba-dor-de-cotovelo ou em um bolero feito na madrugada fria, volto a escrever; volto a sobreviver de minhas ilusões.
Cada dia descobre-se uma novidade sobre si mesmo. Hoje foi meu dia de descobrir-me.
Nos versos achados ao acaso muito mais do que suspeito, capaz de nos fazer duvidar de todas as crenças descrentes que temos por vontade ou por obrigação, encontrei uma tradução para minha alma, que a muito havia se perdido.
Pensei, no momento da leitura, que se tratava de um documento comprovatório do nascimento de minha vida errante. Porém, não era. Mas, como já dizia um sábio canário, o mundo sendo ou não uma loja de belchior, é preciso alimentar nossas vidas com qualquer sentimento que o valha. Sendo assim, o fiz.
Encontei em um amontoado de letras o conforto do abraço quente, pesado, presente, amoroso.
Pensei que seria passageiro o sentimento ali depositado, mas não o foi.
Pensei, ludicamente, que o tédio cotidiano superaria mais esse fato poético, mas não o foi.
Pensei....e isso foi bom.
É por isso que volto aqui e me digo: lembrai sempre.

Os tais versos...

"É necessário estar sempre bêbado.

Tudo se reduz a isso; eis o único problema.
Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo, que vos abate e vos faz pender para a terra, é preciso que vos embriagueis sem cessar.

Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha.
Contanto que vos embriagueis.

E, se algumas vezes, nos degraus de um palácio, na verde relva de um fosso, na desolada solidão do vosso quarto, despertardes, com a embriaguez já atenuada ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai-lhes que horas são; e o vento, e a vaga, e a estrela, e o pássaro, e o relógio, hão de vos responder: É hora de se embriagar!

Para não serdes os martirizados escravos do Tempo, embriagai-vos; embriagai-vos sem tréguas!
De vinho, de poesia ou de virtude, a vossa escolha."

Charles Baudelaire


nayarac.

2 comentários:

Carol Martins disse...

Eu viajo no meio das suas palavras... São todas lindas e desejosas por algo, ou talvez Algo, mesmo sem saber que talvez possa ser encontrado aqui, ou melhor, aí.
Obrigada pelo comentário, você é muito especial!
Obrigada pelo comentário, queria muito que o seu blog aparecesse no meu, mas não consegui colocar, nem o seu nem o da Cris! Mas a intenção vale ne...
Bjokas querida

Anônimo disse...

vê se chegou!