segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Correio Braziliense na imprensa do Brasil - parte III

Parte III - Formação de Hipólito da Costa

Hipólito José da Costa Mendonça Furtado, nasceu em 1764 na colônia do Sacramento, em Cisplatina. Cresceu em Pelotas, no Rio Grande do
Sul. Era de filho de uma família aristocrata e como era o costume, partiu rumo à Coimbra, para estudar. Formou-se em 1794 com 30 anos, idade
com que (também) ingressou na corte para trabalhar.

Em 1798, foi para os EUA em missão especial do governo português para colher sementes e espionar os avanços tecnológicos. Morou lá por
dois anos e conviveu em uma sociedade organizada, com universidades e um processo eleitoral “adiantado” - diferente de tudo o que conhecia.
Da América trouxe a vontade de implantar o progresso e afeição pela liberdade. Foi também nos EUA que teve seu primeiro contato com a
maçonaria – acontecimento que mudaria sua vida – cujos ritos pressupunham várias práticas, incluindo a liberdade religiosa, o que em Portugal
era proibido.Volta a Lisboa em 1800 como funcionário da Imprensa Régia: era responsável pela publicação de livros de técnica e economia.
Paralelo ao seu trabalho, se envolvia mais ainda com a maçonaria portuguesa. Uma viagem oficial a Londres, em 1802, o põe em contato com a
maçonaria inglesa (até então a mais forte do mundo) da qual eram membros os filhos do rei Jorge III e de um deles – o Conde de Sussex
(Augusto Frederico) Hipólito se tornou grande amigo.

Foi por conta dos novos contatos feitos em Londres, que logo depois de sua chegada a Portugal, é preso pelo Santo Ofício. Só consegue sua
liberdade cinco anos mais tarde, quando por interversão do Conde de Sussex, foge da prisão. Impossibilitado de permanecer em Lisboa, volta
à Londres e sobrevive com a ajuda de amigos, além de trabalhar como tradutor e professor de português.

Com a chegada da Família Real no Brasil (escapando da perseguição napoleônica aos reis) Hipólito vê a oportunidade de sua pátria conhecer
o progresso e o desenvolvimento. Desejoso de participar dessas mudanças, viu que a “criação” da palavra impressa e livre de censura, tal como
vira nos países que conhecera, seria a melhor forma de contribuir para a formação do Brasil. Observou que na Inglaterra a monarquia
constitucional era um fato; onde o Parlamento realmente limitava o poder do rei; onde a imprensa era livre. Por sua amizade com o Conde de
Sussex, sentiu-se à vontade para criticar a administração portuguesa como nenhum outro português ousaria fazer.
Foram essas possibilidades que o motivaram a publicar em Londres no dia 1º de Junho de 1808 o Correio Braziliense.

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